segunda-feira, 10 de agosto de 2009

DESEJO...

Fonte: http://delas.ig.com.br/materias

Com o rompimento do sistema tradicional de ensino, por PIAGET criou-se uma ordem de problemas lançados diretamente no âmbito pedagógico. Nesse âmbito, a novidade introduzida é a inclusão do desejo do sujeito e das estruturas desejantes no "novo" paradigma da aprendizagem.
A partir da constatação de que PIAGET "só se ocupou da inteligência, não pode se ocupar da esfera do desejo... Então o Construtivismo Pós-Piagetiano precisa incorporar essa instância fundamental que nos constitui, que é o desejo" (GROSSI, 1990, p. 48; 1993, p. 158).
Mas, o que é o desejo? O que desejamos? Uma resposta mais elaborada à primeira indagação é a de que o desejo é o movimento contrário da repressão. Esta sustenta o passado, enquanto o desejo projeta o futuro, mas não um futuro realizável e sim um futuro impossível, um nunca-jamais (PAIN, 1993, p.51). 95

Quanto à segunda indagação:

"Desejamos o que não temos, ou melhor, desejamos o que nós sonhamos ter. Não se trata de necessidades - como o desejo de beber água, por exemplo - o que eu desejo entra na esfera do simbólico e na esfera do imaginário. Eu desejo aquilo que de experiências anteriores, positivas, dentre elas o orgasmo sexual, crio o sonho de, mais do que repeti-lo, ampliá-lo. E é por aí que se gera o desejo. O desejo não gera de uma falta, e sim de uma riqueza. "(GROSSI, 1993, p. 159).
O conceito apresentado de desejo pouco tem a ver com aquele elaborado por Sigmund FREUD (1856-1939) e a tradição psicanalítica. Porque desejo não pode ser confundido com vontade; enquanto aquele está vinculado aos processos inconscientes e é produto da elaboração onírica, esta pertence ao plano da consciência. Tal distinção está na origem mesma da Psicanálise (cf. FREUD, 1938; 1940/1978, p. 207 e segs.).
De qualquer maneira, ampliação do sujeito epistêmico para sujeito epistêmico desejante tem a pretensão de aproximar a Psicologia Cognitiva e a Psicanálise (GROSSI, 1990, p. 45). Mas, de fato, representa um retorno ao subjetivismo, ao gosto do pós-modernismo.

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