quarta-feira, 15 de julho de 2009

O que é construtivismo? Por Fernando Becker

"Construtivismo significa isto: a idéia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento."
"Entendemos que construtivismo na Educação poderá ser a forma teórica ampla que reúna as várias tendências atuais do pensamento educacional. Tendências que têm em comum a insatisfação com um sistema educacional que teima (ideologia) em continuar essa forma particular de transmissão que é a Escola, que consiste em fazer repetir, recitar, aprender, ensinar o que já está pronto, em vez de fazer agir, operar, criar, construir a partir da realidade vivida por alunos e professores, isto é, pela sociedade – a próxima e, aos poucos, as distantes. A Educação deve ser um processo de construção de conhecimento ao qual ocorrem, em condição de complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais e o conhecimento já construído (‘acervo cultural da Humanidade’)."

"Construtivismo, segundo pensamos, é esta forma de conceber o conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento – e, por conseqüência, um novo modo de ver o universo, a vida e o mundo das relações sociais."

Livros recomendados



Construtismo Pós-Piagetiano: Esther Pillar Grossi / Jussara Bordin - Orgs.


Paixão de Aprender: Esther Pillar Grossi / Jussara Bordin - Orgs.

Pós-piagetiano

Como o próprio termo indica, os pós-piagetianos representam um movimento que, sem abrir mão da imensa inspiração da obra de Piaget, não hesita em criticar e enriquecer sua visão sobre os processos de aprendizagem e suas conseqüências pedagógicas.
O psicólogo suíço desconfiava muito da inteligência verbal e achava essencial a atividade de exploração do meio pelas crianças. O que o interessava, podemos dizer, era a inteligência anterior à linguagem. Em uma palestra para educadoras de pré-escola, ele chegou ao extremo de afirmar que "a linguagem não serve para nada".
Sua grande obsessão era explicar a inteligência como um processo biológico. Em sua autobiografia, publicada em 1971, ele conta como, adolescente, teve uma "revelação" lendo o filósofo Bergson: "Em um momento de entusiasmo vizinho do êxtase, eu fui tomado pela certeza de que Deus era a Vida, sob a forma do impulso vital, dos quais meus interesses biológicos me forneciam um pequeno setor de estudos. (...) Isso me levou a tomar a decisão de consagrar minha vida à explicação biológica do conhecimento."

Essa decisão motivou toda sua obra e refletiu-se em todo o seu imenso programa de pesquisas, pouco orientado para os aspectos interpessoais do desenvolvimento (apenas em poucos trabalhos seus isso não acontece, e eles são uma das fontes de inspiração para o socioconstrutivismo).
Nas últimas décadas, inúmeras informações novas enriqueceram nossa visão sobre o desenvolvimento das crianças. Por exemplo, muitas pesquisas analisaram as relações entre mães e bebês, assunto que não interessava a Piaget como pesquisador, trazendo novos dados para a reflexão psicológica e pedagógica, especialmente ao mostrar a grande capacidade dos bebês para se relacionar e perceber o mundo.
Também cresceu nesse período a influência de dois outros grandes psicólogos: o bielo-russo Vygotsky e o francês Henri Wallon (1879 -1962), que falavam muito mais explicitamente sobre a importância das relações interpessoais e da linguagem. Para Wallon, por exemplo, os humanos são naturalmente, biologicamente, sociais, e o indivíduo "é o ponto de encontro entre o orgânico e o social".
Esses dois autores, juntamente com Piaget, podem ser considerados os fundadores da psicologia do desenvolvimento, que se preocupa em observar metodicamente o desenvolvimento infantil para construir modelos de como o processo ocorre.
Em sua maioria, os pós-piagetianos, influenciados por esses três gênios, são psicólogos que admitem que a linguagem e as relações interpessoais possuem uma importância maior do que a visão de Piaget poderia fazer supor.
Em termos de aplicação à pedagogia, as conseqüências são claras: as interações sociais, mesmo entre crianças muito pequenas, podem ter uma influência muito positiva no desenvolvimento quando bem organizadas. A realização de atividades em pequenos grupos e em duplas, por exemplo, pode dar origem a trocas importantíssimas, levando as crianças a explicitar seu pensamento. Portanto, mais do que "ensinar" linguagem, o importante é criar ambientes ricos em diálogos e trocas.Piaget estava certo ao querer um ensino ativo, mas é preciso dar mais ênfase ao papel das relações com os outros (adultos e crianças) em nossas teorias psicológicas e orientações pedagógicas.
http://www.educacional.com.br/

FILMES PARA REFLEXÃO

FILME: Escola de Rock

Sinopse: O guitarrista Dewey Finn é completamente antiinstituição, irreverente ao máximo, e idolatra o poder do rock and roll. Ele adora se jogar em cima do público, fazer solos de 20 minutos e está determinado a dar a vitória ao seu grupo de rock na Batalha de Bandas local… só que os seus parceiros o expulsam da banda. Arrasado, precisando de dinheiro para pagar o aluguel e entulhado de caixotes num apartamento que divide com o amigo Ned, Dewey atende um telefonema para Ned e, impulsivamente, aceita o trabalho de professor substituto na renomada Escola Elementar Horace Green onde, Mullins, a diretora “Caxias”, observa como um falcão cada movimento seu.
Apesar de Dewey não ter a menor idEia de como e o que ensinar, ele sabe bem como inspirar confiança em seus jovens alunos da 5a série. E quando, acidentalmente, os ouve tocando numa aula de música, decide transformar esses pequenos prodígios numa banda de rock de alta voltagem — fato esse que mudará as suas vidas para sempre.






FILME: Meu pé esquerdo


A história de Christy Brown é um triunfo sobre a adversidade. "Meu Pé Esquerdo" é a extraordinária história verdadeira de um homem com grande amor e paixão pela vida. Quando ainda era um bebê, descobriu-se que ele sofria de paralisia cerebral e os médicos comunicaram a sua mãe que, se sobrevivesse, Christy seria pouco mais do que um vegetal. "Meu Pé Esquerdo" segue todo o progresso de Christy Brown desde o seu nascimento em 1932 até o dia, em 1959, que conheceu Mary Carr, que mais tarde se tornou sua esposa.
FONTE: http://www.adorocinema.com/filmes/

terça-feira, 14 de julho de 2009

Construtivismo pós-piagetiano

Enquanto o Empirismo tem como princípio básico a ideia do indivíduo ser uma “tabula rasa”, o Apriorismo por sua vez, defende a tese que nascemos com os conhecimentos embutidos em nossos genes, ou seja, o conhecimento é inato de cada indivíduo. Em contraposição ao empirismo e o apriorismo, o Construtivismo por sua vez traz como proposta o aprendizado onde o conhecimento é construído na interação do sujeito com os objetos, e através desta relação o sujeito desenvolve os conceitos.
Para Grossi o construtivismo por si só não produz os resultados esperados no aluando, pois para ela: “O construtivismo diz respeito especialmente aos aspectos lógicos das aprendizagens”. (Grossi, 1992, p.42). A aprendizagem permite mais três aspectos básicos. “São eles: o aspecto desejante, o aspecto social e o aspecto das linguagens”. (Grossi, 1992, p.42).
“Toda aprendizagem tem seu habitat no convívio com os outros. As aprendizagens repousam sobre um tripé: quem aprende, o que se aprende e o outro. (Grossi, 1992, p.4).
Para a autora é nesse tripé que se produz conhecimento, e este sempre
promovendo a transformação, o bem estar do outro. A isto ela denomina de Construtivismo Pós-Piagetiano.
“Partindo do gancho desejo-inteligência-construção-do-social, venho muito preocupada com a questão do que é construir um grupo. Porque, o construir e exercitar pensamento, inteligência, conhecimento, se dá, se faz em grupo”. (Madalena Freire,...p.162). Para Madalena Freire, é no grupo que se constrói conhecimento, pois a mesma argumenta que é nesse difícil processo de convivência, de relação inter-pessoal que aprendemos a conviver com as divergências, os conflitos e as diferenças. E nesse processo onde cada um aprende e ensina ao mesmo tempo e isto não se constrói em um período curto, demanda tempo. É na vivência e convivência do sujeito com o objeto e na interação destes que se promove o social. É essencial conhecer o outro para compreender. O educador terá muito maior possibilidade de sucesso em sua prática docente se a sua relação com o alunado não se limitar apenas ao âmbito da sala de aula. É primordial conhecer o aluno e perceber quais são os problemas que o afligem, conquistar sua confiança, para poder buscar juntamente com o mesmo e o grupo a solução do problema.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Jean Piaget

"O principal objetivo da educação é criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram."
BIOGRAFIA

Jean Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. Considerou-se um epistemólogo genético porque investigou a natureza e a génese do conhecimento nos seus processos e estágios de desenvolvimento.


VIDA PROFISSIONAL

Piaget foi biólogo, zoólogo, filósofo, epistemólogo e psicólogo. Esta experiência de vida e uma vasta cultura científica impregnaram a sua obra com contribuições da biologia, cibernética, matemática, filosofia e sociologia. Piaget foi considerado por muitos autores de psicologia como o "Einstein da Psicologia".

Escreveu 70 livros e 200 artigos, vários com a colaboração de Barbel Inhelder. Entre eles, destacam-se: Seis Estudos de Psicologia, A construção do Real na Criança, A Epistemologia Genética, O Desenvolvimento da Noção de Tempo na Criança, Da Lógica da Criança à Lógica do Adolescente, A Equilibração das Estruturas Cognitivas, O desenvolvimento da lógica.

Piaget desenvolveu estudos sobre seus próprios processos metodológicos, especificamente o método clínico e a observação naturalista. Estes métodos correspondem a importantes avanços na investigação em psicologia.

Até morrer, Piaget estudou, escreveu, participou em congressos, polêmicas e debates públicos. Foi um personagem destacado, pela forma empenhada, crítica, interdisciplinar e criativa como orientou as suas investigações.

TEORIA

Através da minunciosa observação de seus filhos e principalmente em outras crianças, Piaget impulsionou a Teoria Cognitiva, onde propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: Sensório-motor, Pré-operacional (Pré-Operatório), Operatório concreto e Operatório formal.

FONTE: Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget#Biografia